Negócio concretizado por 233 milhões de euros vai permitir ao banco liderado por Pablo Forero reforçar os rácios de capital
A família Violas vai passar a controlar a Super Bock depois de ter comprado a participação do BPI – 25% – na cervejeira por 233 milhões de euros. A operação, realizada meses depois da saída do grupo do capital do banco, vai permitir à instituição financeira reforçar os seus rácios de capital.
“O Banco BPI e o Fundo de Pensões do Banco BPI assinaram um contrato através do qual acordaram vender à Violas as suas quotas na sociedade Viacer – Sociedade Gestora de Participações Sociais, sociedade que detém 56% do capital social da Super Bock Group”, revelou ontem o BPI em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O restante capital da Super Bock (44%) é detido diretamente pela dinamarquesa Carlsberg.
“Como consequência desta operação, o grupo português encabeçado pela Violas SGPS, SA aumentará a sua participação na Viacer dos atuais 46,5% para 71,5%, passando, indiretamente, a deter a maioria do capital social da Super Bock Group, SGPS, SA, a maior empresa de cervejas portuguesa”, acrescenta o comunicado, assinalando que a operação depende da “não oposição por parte da autoridade da concorrência competente”.
No total, o banco encaixou 233 milhões de euros com esta operação: 130,48 milhões de euros correspondem à venda de 14% através do próprio BPI. Os restantes 102,52 milhões de euros foram encaixados pelo fundo de pensões, que detinha 11% do capital.
Com o montante recebido no negócio, o banco liderado por Pablo Forero conseguirá reforçar os rácios de capital uma vez concluída a transação. “A transmissão da quota do Banco BPI (14% da Viacer) teria um impacto proforma no CET1 fully loaded de 31 de dezembro de 2017 de 45 pontos de base, pelo que o referido rácio passaria de 12,3% para 12,7%; no que toca ao rácio de capital total, este passaria de 14,0% para 14,5%”, conclui o banco no comunicado enviado ao regulador bolsista.
O Grupo Violas SGPS é um dos principais grupos económicos portugueses e tem investimentos em áreas que vão do jogo e turismo (Solverde) à educação, passando pelo setor imobiliário, e até às bebidas e ao têxtil. Foi neste último ramo – cordoaria (têxtil) – que o grupo foi fundado em 1943 pelo comendador Manuel de Oliveira Violas.
Com origem em 1890, a antiga Companhia União Fabril Portuense das Fábricas de Cerveja e Bebidas Refrigerantes (CUFP) foi transformada em Unicer – União Cervejeira EP nos anos 70 e chegou a ser nacionalizada (1975).
A fusão de várias cervejeiras em 1977 consolidou o grupo Unicer, que em 1989 viu reprivatizado 49% do seu capital. O processo só foi concluído em 1990, quando a Unicer passou a ser 100% privada. Em 2017 passou a ser o Super Bock Group.
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